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          Marcos 16:15
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Marcos 16:15
Lição da Escola Sabatina
 
Os olhos do Senhor: a cosmovisão bíblica
VERSO PARA MEMORIZAR: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv 15:3).

LEITURAS DA SEMANA: Pv 15:3; Jó 12:7-10; Ef 6:12; Ap 20:5, 6; Jo 1:1-14; Mc 12:29-31

O poeta polonês Czeslaw Milosz escreveu um poema que começa com a figura de animais imaginários: coelhos e esquilos falantes e coisas assim. Ele escreveu: “eles têm tanto em comum com animais reais quanto nossas noções de mundo têm com o mundo real”. Em seguida, para terminar o poema, ele escreveu: “Pense nisso e estremeça”.
“Estremecer” pode ser uma palavra muito dura, mas a verdade é que muito do que os seres humanos pensam sobre o mundo pode estar completamente equivocado. Por exemplo, por quase dois mil anos, muitas das pessoas mais inteligentes e instruídas do mundo pensaram que a ­Terra permanecesse imóvel no centro do Universo. Hoje, muitas das pessoas mais inteligentes e instruídas pensam que o ser humano evoluiu a partir do que originalmente foi uma forma de vida simples.
Como seres humanos, nunca vemos o mundo de uma posição neutra. Sempre e unicamente o vemos através de filtros que afetam nossa maneira de interpretar e entender o mundo. Esse filtro é chamado de cosmovisão, e é essencial que ensinemos aos jovens, e até aos membros mais antigos da igreja, a cosmovisão bíblica.
Sábado à tarde
Domingo
Os olhos do Senhor

Um professor da Universidade de Oxford apresentou a teoria de que nós, o mundo e tudo o que nos rodeia – nada disso é real. Em vez ­disso, somos criações digitais de uma raça de alienígenas com computadores superpoderosos.
Embora essa seja uma teoria curiosa, ela levanta uma questão crucial: Qual é a natureza da realidade?
Existem duas possíveis respostas muito amplas, mesmo que apenas uma seja racional. A primeira é que o Universo, e tudo o que nele há, incluindo nós, simplesmente existe. Nada o criou, nada o formou. Ele apenas está aí. É simplesmente um fato inexplicável. Não há Deus, não há deuses, não há nada divino. A realidade é puramente material, puramente natural. Como foi dito há 2.500 anos (essa não é uma ideia nova), existem apenas “átomos e o vazio”.
A outra visão é que um ser (ou seres) divino criou o Universo. Isso parece mais lógico, racional e sensato do que a ideia de que o Universo apenas existe, sem nenhuma explicação para ele. Essa posição abrange o mundo natural, o mundo dos “átomos e do vazio”, mas não está limitada a ele. Ela aponta para uma realidade muito mais ampla, profunda e multifacetada do que a visão ateísta-materialista tão frequente hoje.

1. O que os textos a seguir revelam sobre as ideias destacadas na lição de hoje? Sl 53:1; Pv 15:3; Jo 3:16; Is 45:21; Lc 1:26-35

É fundamental para toda educação cristã a realidade não apenas de Deus, mas do tipo de Deus que Ele é, um Ser pessoal que nos ama, interage conosco e faz milagres em nosso favor. Embora use as leis naturais, o Senhor não está limitado por essas leis e pode transcendê-las quando desejar (como na concepção virginal de Jesus). O ensino dessa visão é especialmente pertinente em nossos dias, pois grande parte do mundo intelectual ensina abertamente, e sem nenhum arrependimento, a cosmovisão ateísta e naturalista, afirmando erroneamente que a ciência sustenta essa cosmovisão.

A cosmovisão ateísta é estreita e limitada, em contraste com a cosmovisão bíblica, que abrange o mundo natural, mas não está limitada por ele. Por que a cosmovisão bíblica, teísta, é simplesmente muito mais lógica e racional do que a sua rival ateísta?

Ano Bíblico: Mc 13, 14
Ano Bíblico: Mc 10-12
Segunda-feira
A pergunta de Leibniz

Há muitos anos, um pensador e escritor alemão chamado Gottfried Wilhelm Leibniz fez provavelmente a pergunta mais básica e fundamental: “Por que há algo em vez de nada?”

2. Como os textos a seguir respondem à pergunta de Leibniz? Gn 1:1; Jo 1:1-4;Êx 20:8-11; Ap 14:6, 7; Jó 12:7-10

É impressionante como a existência de Deus é assumida na Bíblia. Gênesis 1:1 não começa com uma série de argumentos lógicos (embora existam muitos) para a existência de Deus. O texto apenas pressupõe Sua existência (veja também Êx 3:13, 14), e, a partir desse ponto inicial, Deus como Criador, a Bíblia e toda a verdade revelada em suas páginas são mostrados.
A doutrina da criação também é fundamental para toda educação cristã. Tudo em que cremos como cristãos se apoia na doutrina da criação em seis dias. A Bíblia não começa com uma declaração sobre a expiação, sobre a lei, a cruz, a ressurreição nem mesmo sobre a segunda vinda de Cristo.
Ela começa com uma declaração sobre Deus como Criador, pois nenhum desses outros ensinamentos faz algum sentido se não considerarmos a realidade de Deus como nosso Criador.
Portanto, uma cosmovisão bíblica deve enfatizar a importância da doutrina da criação. Essa ênfase também se torna muito importante, pois esse ensinamento tem sofrido um ataque frontal em nome da ciência. A evolução – em que bilhões de anos de vida evoluíram lentamente aos trancos e barrancos, tudo por acaso – quase destruiu a fé na Bíblia para um incontável número de pessoas. É difícil imaginar um ensino mais contrário à Bíblia e à fé cristã em geral do que a evolução. Por isso, a ideia de que a evolução pode, de alguma forma, ser harmonizada com a doutrina bíblica da criação é ainda pior que a evolução ateísta. Isso não pode ser feito sem zombar da Bíblia e da fé cristã como um todo.

Deus pede que dediquemos um sétimo da nossa vida, toda semana, para nos lembrar da criação em seis dias, algo que Ele não pede em relação a nenhum outro ensinamento. O que isso revela sobre como essa doutrina é fundamental e importante para uma cosmovisão cristã?
Terça-feira
A cosmovisão bíblica

Como dissemos na introdução da lição desta semana, nenhum de nós vê o mundo de uma posição neutra. Por exemplo, um ateu olha para o arco-íris no Céu e não vê nada além de um fenômeno natural. Para ele, não há significado diferente daquele que o ser humano decide dar. Por outro lado, alguém que vê o arco-íris a partir da cosmovisão bíblica não enxerga apenas o fenômeno natural, a água e a luz interagindo, mas também uma reafirmação da promessa de Deus de não destruir o mundo novamente com água (Gn 9:13-16). “Como é grande a condescendência de Deus e Sua compaixão por Suas criaturas falíveis, colocando assim o belo arco-íris nas nuvens como sinal de Seu concerto com os seres humanos! [...] Era plano de Deus que, quando os filhos das gerações posteriores perguntassem o significado do arco glorioso que abrange os céus, seus pais repetissem a história do dilúvio e lhes dissessem que o Altíssimo estendeu o arco e o colocou nas nuvens como uma garantia de que as águas nunca mais inundariam a Terra” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 106).
Para nós, adventistas do sétimo dia, a Bíblia continua sendo o texto fundamental de nossa fé. Ela ensina a cosmovisão, o “filtro” pelo qual devemos ver e compreender o mundo, que pode ser um lugar muito assustador e complicado. As Escrituras criam o modelo para nos ajudar a entender melhor a realidade em que nos encontramos, da qual fazemos parte, e que, muitas vezes, nos confunde e perturba.

3. Quais verdades nos textos a seguir podem nos ajudar a entender melhor a realidade em que existimos? Ef 6:12; Mc 13:7; Rm 5:8; 8:28; Ec 9:5; Ap 20:5, 6 Assinale a alternativa correta:
A.( ) A guerra espiritual que nos envolve, o amor de Cristo e Seu sacrifício, a morte, a ressurreição, etc.
B.( ) A ideia de que o diabo não existe e de que não haverá perseguição.

Como adventistas do sétimo dia, devemos seguir firmemente os ensinamentos da Bíblia, pois essa é a verdade revelada por Deus ao ser humano. Ela nos explica muitas coisas sobre o mundo que, de outra forma, não conheceríamos nem entenderíamos. Portanto, toda educação cristã deve estar enraizada e fundamentada na Palavra de Deus, e todo ensino contrário a ela deve ser rejeitado.

Quais ensinamentos da Bíblia contradizem outras crenças que as pessoas sustentam? O que essa diferença nos ensina sobre a importância de seguirmos fielmente a Palavra de Deus?
Ano Bíblico: Lc 1, 2
Quarta-feira
Adorai o Redentor

Por mais crucial que a doutrina da criação seja para nossa fé, ela não aparece sozinha, especialmente no Novo Testamento. Muitas vezes ela vem acompanhada, até mesmo indissociavelmente ligada, à doutrina da redenção. Isso se dá porque, sinceramente, neste mundo caído de pecado e morte, a criação somente não é suficiente. Vivemos, lutamos, sofremos e então, o que ocorre? Morremos, acabando, por fim, como as carcaças de animais deixadas ao lado da estrada.
Isso é grandioso?
Portanto, temos também, como crucial à nossa cosmovisão, a doutrina da redenção – e isso significa que temos Jesus Cristo, e Ele crucificado, ressurreto e no centro de tudo o que cremos.

4. De acordo com João 1:1-14, quem era Jesus e o que Ele fez por nós? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Jesus foi o primeiro ser criado. Ele Se entregou na cruz por nós.
B. ( ) Jesus é o Verbo encarnado de Deus. Ele é Deus, estava no princípio com Deus, criou todas as coisas e veio para morrer por nós na cruz.

Observe também a primeira mensagem angélica: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7). Observe que o “evangelho eterno” está diretamente ligado a Deus como Criador. E quando percebemos que o Deus que nos criou é o mesmo Deus que, em carne humana, levou sobre Si o castigo pelos nossos pecados, não é de admirar que sejamos chamados a adorá-Lo. Que outra resposta haveria de nossa parte ao percebermos quem realmente é o nosso Deus?
Por esse motivo, Cristo, e Ele crucificado, deve permanecer na frente e no centro de tudo o que ensinamos – um ensinamento que, na verdade, também deve incluir a Sua segunda vinda, pois, sem ela, a primeira vinda de Cristo não traz todo o benefício que esperamos. Pode-se argumentar, nas Escrituras, que a primeira e a segunda vinda de Cristo são duas partes de um mesmo processo – o plano da salvação.

Reflita na ideia expressa em João 1, de que Aquele que fez “todas as coisas” (Jo 1:3) também morreu na cruz por nós. Por que a adoração deve ser a resposta natural e irresistível?
Ano Bíblico: Lc 3-5
Quinta-feira
A lei de Deus

Anos atrás, a França estava debatendo a questão da pena de morte: deveria ela ser abolida? Os defensores de sua abolição contataram um famoso escritor e filósofo francês chamado Michel Foucault e pediram que ele escrevesse um editorial em nome deles. No entanto, o que ele fez foi defender não apenas a abolição da pena de morte, mas a abolição completa de todo o sistema penitenciário e a libertação dos prisioneiros.
Por quê? Porque, para Michel Foucault, todos os sistemas de moralidade eram meramente construções humanas, ideias colocadas em prática por aqueles que estavam no poder para controlar as massas. Portanto, esses códigos morais não tinham legitimidade real.
Por mais extrema que seja sua posição, o que vemos aqui é uma consequência lógica de um problema que não é tão novo. Moisés lidou com ele no antigo Israel há milhares de anos. “Vocês não agirão como estamos agindo aqui, cada um fazendo o que bem entende” (Dt 12:8, NVI; veja também Jz 17:6; Pv 12:15).
No entanto, se não devemos fazer o que é certo apenas aos nossos olhos – ou seja, se não somos justos, santos nem imparciais o suficiente para saber o que é moralmente correto, como saber o que fazer? A resposta é que o Criador também nos deu um código moral para viver. Talvez não consigamos entender, mas o Senhor sempre entende.

5. O que estes textos ensinam sobre conduta moral? Dt 6:5; Mc 12:29-31; Ap 4:12

Se quisermos tornar a redenção central em nossa cosmovisão cristã, a lei de Deus (os Dez Mandamentos) também deve ser central. Afinal, de que somos redimidos senão do pecado, que é a transgressão da lei (Rm 3:20)? O evangelho não faz sentido sem a lei de Deus. Essa é uma das razões pelas quais sabemos que a Lei ainda é obrigatória para nós, apesar de sua incapacidade de nos salvar. Por isso precisamos do evangelho.
Portanto, toda a educação adventista do sétimo dia deve enfatizar o que Ellen White chamou de “perpetuidade da lei” (O Grande Conflito, p. 63), que inclui o sábado. Se educar é restaurar em nós a imagem de Deus tanto quanto possível nesta vida, então, mesmo no nível mais fundamental, a lei de Deus deve ser mantida, à luz do exemplo de Cristo, como o código moral que nos mostra o que realmente é bom aos olhos do Pai.
Ano Bíblico: Lc 6-8
Sexta-feira
Estudo adicional

“O verdadeiro objetivo da educação é restaurar a imagem de Deus no indivíduo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 595). Com essa ideia em mente, podemos ver por que uma sólida cosmovisão cristã é essencial para a educação adventista. Afinal, como observamos anteriormente, a educação em si não é necessariamente boa. As pessoas podem ser educadas, e até altamente instruídas, em ideias e atitudes contraditórias aos princípios encontrados na Bíblia. Por essa razão, como adventistas do sétimo dia, nosso sistema educacional deve ser fundamentado na cosmovisão cristã. Isso significa, portanto, que todos os campos gerais da educação, ciência, história, moralidade, cultura e assim por diante serão ensinados a partir dessa perspectiva, em oposição a um campo que a contradiz ou simplesmente a ignora. Além disso, como dito anteriormente, mas que vale a pena repetir: não existe uma perspectiva neutra; toda a vida, toda a realidade, é vista através dos filtros da cosmovisão de alguém, seja ela considerada ou não de modo convincente e sistemático. Portanto, é essencial que a cosmovisão bíblica forme o fundamento de toda a educação adventista do sétimo dia.

Perguntas para consideração
1. Existem exemplos na História em que sistemas inteiros de educação foram (ou são) muito destrutivos? Quais foram alguns desses exemplos? O que os alunos aprendiam nesses sistemas e que lições aprendemos com eles? Como proteger nosso sistema educacional dessas influências destrutivas?
2. Analisamos alguns dos principais pontos da cosmovisão cristã: a existência de Deus, a criação, a Bíblia, o plano da redenção e a lei de Deus. Quais elementos importantes devem ser incluídos na formulação completa de uma cosmovisão cristã?
3. Um pensador do século 18 escreveu: “Ó consciência! Consciência! Tu, instinto divino. Tu, certo guia de um ser ignorante e confinado, embora inteligente e livre – tu, juiz infalível do bem e do mal, que faz o homem assemelhar-se à Divindade”. O que está certo ou equivocado nessa colocação?
4. Examine esta declaração de Ellen G. White novamente: “O verdadeiro objetivo da educação é restaurar a imagem de Deus no indivíduo”. O que isso significa? Por que a educação adventista deve ser tão diferente da visão de educação do mundo?
Ano Bíblico: Lc 9-11
Ano Bíblico: Mc 15, 16